12 de março de 2014 | 10:02 Autor: Fernando Brito
O IBGE divulgou agora os dados da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumir Amplo, o IPCA, medida oficial da inflação.
Foi de 0,69%.
Alto, mas não explosivo, como correria o risco de ser, depois da
estiagem que alavancou preços de alimentos frescos – processo que ainda
está em curso, este mês.
O tomate, aquele do colar da Ana Maria Braga, cresceu seu preço 10%,
contra 20% de fevereiro do ano passado, mesmo com uma estiagem maior.
E sua alta foi compensada pela baixa em outros produtos, fazendo a
infllação do grupo alimentação baixar de 0,84% em janeiro para 0,56% em
fevereiro.
Ano passado, os meses do calor mais forte tiveram impulso de 1,99% e 1,45%.
No acumulado, os dois primeiros meses de 2014 tiveram variação de 1,24%, abaixo da taxa de 1,47% do bimestre inicial de 2013.
O resultado poderia ter sido um pouco mais baixo, mesmo com a pressão
da estiagem, não fosse o reajuste autorizado pelo prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes, para os ônibus do Rio de Janeiro.
Isso fez com que a inflação no Rio ficasse em 1,07%, bem superior ao índice nacional.
De qualquer forma, mesmo com a seca recorde, o cenário “urubu” não aconteceu, embora a inflação vá persistir alta em março.
A esta altura, no ano passado, acumulávemos uma inflação acumulada de
6,31%, que levou o índice de março à heresia de superar o teto da meta,
fixado pelos deus na marca cabalística de 6,5%, chegando a 6,59%, um
sinal claro de que o mundo ia se acabar.
Como não acabou, este ano temos um IPCA acumulado em 12 meses de 5,68 por cento nos 12 meses fechados em fevereiro.
A partir de abrir devemos ter índices em queda, porque as altas
registradas agora como inflação, adiante, serão elementos
deflacionários.
Mas não haverá baixa muito forte da inflação, salvo algum evento
inesperado – e como tem evento inesperado na economia, hoje! -, porque a
atividade econômica vai passar a apresentar índices de crescimento
menos modestos.
A hora é de fazer como o velho marinheiro do Paulinho da Viola e, em meio ao nevoeiro, levar o barco devagar.
Devagar, mas no rumo certo, bem entendido.
Tijolaço
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