Revista mais engajada pela condenação ao longo do
julgamento da AP 470 diz que o STF deu sinal verde para a “quadrilha”
petista e joga nos “ministros novatos” Luís Roberto Barroso e Teori
Zavascki a responsabilidade pela reviravolta no caso; sem argumentos
contra uma decisão legítima que derrubou as condenações por formação de
quadrilha no chamado processo do “mensalão”, a publicação da Abril veste
a carapuça do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e tenta politizar a
votação: sugere que o resultado foi influenciado pela presidente Dilma
Rousseff, ao indiciar os novos magistrados; zomba ainda dos milhares de
doadores que ajudaram petistas a quitar as multas do STF, encoraja as
incoerências de Barbosa e a perseguição do juiz Bruno Ribeiro a José
Dirceu e a Delúbio Soares
247 – Com uma charge de José Dirceu, José
Genoino e Delubio Soares, em clima de carnaval, com a chamada “Quanto
riso, oh! Quanta alegria”, a revista Veja deste final de semana ironiza a
decisão do STF sobre a votação do último embargo infringente da AP 470.
A publicação, que foi a mais engajada pela condenação ao longo do
julgamento, diz que a Corte deu sinal verde para a “quadrilha” petista e
joga nos “ministros novatos” Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki a
responsabilidade pela reviravolta.
Por 6 votos a 5, o STF derrubou as condenações de oito réus por
formação de quadrilha no processo do chamado “mensalão”. José Dirceu e
Delúbio Soares foram os dois principais beneficiados pela absolvição. Na
teoria, deixam de cumprir pena em regime inicialmente fechado e ganham o
direito ao regime semiaberto, no qual podem trabalhar fora do presídio
se forem autorizados pela Justiça.
Assim como fez o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, na falta de
argumentos contra uma decisão legítima, a revista Veja tenta politizar a
votação. A reportagem de Daniel Pereira sugere que o resultado foi
influenciado pela presidente Dilma Rousseff, que indiciou os “novatos”
para o cargo. “O PT venceu as batalhas iniciais do processo, postergando
o início de sua votação, o que foi decisivo para a mudança da
composição do STF. Agora, ganhou a última batalha relevante, com seus
antigos dirigentes assegurando o direito de deixar o cárcere a partir de
agosto”, diz.
Além disso zomba de milhares de pessoas pelo Brasil que fizeram
doações para ajudar petistas a pagar suas multas no STF, dizendo que,
mesmo presos, Dirceu, Delúbio e Genoíno enriqueceram mais de R$ 2
milhões: “Não é piada de salão: acumularam patrimônio na cadeia”.
Insiste ainda em regalias aos condenados, dizendo que Dirceu
transformou a biblioteca da Papuda em seu escritório. Essas
irregularidades não foram provadas e até foram descartadas pelo
presidente da OAB. Mesmo assim, serviram como arma para o juiz Bruno
Ribeiro, que é filho de um dirigente do PSDB e ligado a Joaquim Barbosa,
continuar sua perseguição aos petistas: no mesmo dia da decisão do STF,
mandou o ex-tesoureiro do PT de volta para o regime fechado, passando
por cima da suprema corte; o motivo: uma feijoada não comprovada.
Ele
ainda abriu nova investigação contra Dirceu, porque ele recebeu a visita
de um dos chefes da Defensoria Pública da União, Heverton Gisclan
Silva, no Complexo Penitenciário da Papuda, no último 6 de janeiro, uma
segunda-feira, dia em que não são previstas visitas.
A Veja cita a série de incoerências do caso como conquistas do que
chama de o “Bloco dos Mensaleiros”: “O partido ainda festeja, com ares
de ironia, a possibilidade de conquistar mais quatro anos de mandato na
Presidência. Quanto rio e quanta alegria entra a companheirada. Neste
carnaval é desnecessário dizer quem, como sempre, fara o papel dos mil
palhaços no salão”, ironiza.
Brasil 247
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