Quarta-feira começou quente: deputados aprovaram
nesta manhã, na Comissão de Fiscalização e Controle, requerimento do
PSDB que convida a presidente da Petrobras, Graça Foster, a prestar
esclarecimentos sobre denúncias de propina na estatal; aprovação
acontece um dia depois de criação de comissão para investigar a empresa;
ao todo, 17 requerimentos da oposição circulam nas comissões, todos
convocando ministros e autoridades do governo a se explicar; líder
Eduardo Cunha já anunciou que PMDB apoiará boa parte deles; para
presidente da Câmara, Henrique Alves, clima é de adversidade; em jogo,
nesta noite, uma das prioridades do governo: a aprovação do projeto que
cria o marco civil da internet
247 – "O PMDB só me dá alegrias". A bancada do
partido na Câmara parece estar disposta a mostrar à presidente Dilma
Rousseff, que disse a frase ontem durante visita ao Chile, que este não é
o caso. O Dia D vivenciado nesta terça-feira pelo governo no Congresso,
quando foi aprovada a proposta da oposição de criar uma comissão
externa para investigar a Petrobras, com a ajuda do PMDB, continua nesta
noite com nova estratégia de aliados para derrotar o Planalto. Está em
jogo uma das prioridades do governo: a aprovação do projeto que cria o
marco civil da internet.
O dia começou quente nesta quarta-feira: a Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle aprovou nesta manhã requerimento do PSDB que
convida a presidente da Petrobras, Graça Foster, para prestar
esclarecimentos sobre contratos firmados com a empresa SBM Offshore, da
Holanda. O requerimento era o quarto item da pauta e teve a análise
antecipada mesmo com voto contrário do PT. Os deputados analisam ainda a
proposta de convocação, feita pelo DEM, do ministro da Saúde, Arthur
Chioro, para falar sobre contratações no programa Mais Médicos.
"A Câmara aprovou comissão externa para apurar propinas na Petrobras.
Olha o PMDB dando alegrias a Presidente", resumiu ironicamente o
secretário da Executiva Nacional do PMDB, Geddel Vieira Lima, pelo
Twitter. Como se não bastasse, a tentativa de Dilma de isolar o líder do
PMDB, Eduardo Cunha, em reuniões com a cúpula, gerou desagravos ao
deputado ontem, pelo 'blocão' dos insatisfeitos, e com uma moção
aprovada por todos os peemedebistas da Casa, que dizia: "os ataques ao
nosso líder são ataques ao PMDB".
O clima é de adversidade para a votação de hoje. Foi como definiu o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e confirmou a
ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O líder do PMDB
reafirmou ontem o posicionamento da bancada do PMDB de votar contra o
projeto sobre a internet. "Nós queremos votar amanhã [quarta-feira] e
vamos votar para derrotar [o marco civil da internet]", disse o deputado
Eduardo Cunha.
Além disso, outros problemas aguardam o governo na Câmara. Ao menos
17 requerimentos apresentados pela oposição estão em trâmite em
comissões da Casa, com o objetivo de convocar ministros e autoridades do
governo, como de bancos públicos, para prestar esclarecimentos sobre
diversos temas. O governo tenta adiar as votações, mas é uma questão de
tempo para que elas ocorram. Cunha já anunciou que o PMDB está decidido a
apoiar alguns desses pedidos – como os em análise hoje.
Brasil 247
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