quarta-feira, 12 de março de 2014

Governo enfrenta novo dia de emboscadas na Câmara

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Quarta-feira começou quente: deputados aprovaram nesta manhã, na Comissão de Fiscalização e Controle, requerimento do PSDB que convida a presidente da Petrobras, Graça Foster, a prestar esclarecimentos sobre denúncias de propina na estatal; aprovação acontece um dia depois de criação de comissão para investigar a empresa; ao todo, 17 requerimentos da oposição circulam nas comissões, todos convocando ministros e autoridades do governo a se explicar; líder Eduardo Cunha já anunciou que PMDB apoiará boa parte deles; para presidente da Câmara, Henrique Alves, clima é de adversidade; em jogo, nesta noite, uma das prioridades do governo: a aprovação do projeto que cria o marco civil da internet
12 de Março de 2014 às 11:08


247 – "O PMDB só me dá alegrias". A bancada do partido na Câmara parece estar disposta a mostrar à presidente Dilma Rousseff, que disse a frase ontem durante visita ao Chile, que este não é o caso. O Dia D vivenciado nesta terça-feira pelo governo no Congresso, quando foi aprovada a proposta da oposição de criar uma comissão externa para investigar a Petrobras, com a ajuda do PMDB, continua nesta noite com nova estratégia de aliados para derrotar o Planalto. Está em jogo uma das prioridades do governo: a aprovação do projeto que cria o marco civil da internet.


O dia começou quente nesta quarta-feira: a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou nesta manhã requerimento do PSDB que convida a presidente da Petrobras, Graça Foster, para prestar esclarecimentos sobre contratos firmados com a empresa SBM Offshore, da Holanda. O requerimento era o quarto item da pauta e teve a análise antecipada mesmo com voto contrário do PT. Os deputados analisam ainda a proposta de convocação, feita pelo DEM, do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para falar sobre contratações no programa Mais Médicos.


"A Câmara aprovou comissão externa para apurar propinas na Petrobras. Olha o PMDB dando alegrias a Presidente", resumiu ironicamente o secretário da Executiva Nacional do PMDB, Geddel Vieira Lima, pelo Twitter. Como se não bastasse, a tentativa de Dilma de isolar o líder do PMDB, Eduardo Cunha, em reuniões com a cúpula, gerou desagravos ao deputado ontem, pelo 'blocão' dos insatisfeitos, e com uma moção aprovada por todos os peemedebistas da Casa, que dizia: "os ataques ao nosso líder são ataques ao PMDB".


O clima é de adversidade para a votação de hoje. Foi como definiu o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e confirmou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O líder do PMDB reafirmou ontem o posicionamento da bancada do PMDB de votar contra o projeto sobre a internet. "Nós queremos votar amanhã [quarta-feira] e vamos votar para derrotar [o marco civil da internet]", disse o deputado Eduardo Cunha.


Além disso, outros problemas aguardam o governo na Câmara. Ao menos 17 requerimentos apresentados pela oposição estão em trâmite em comissões da Casa, com o objetivo de convocar ministros e autoridades do governo, como de bancos públicos, para prestar esclarecimentos sobre diversos temas. O governo tenta adiar as votações, mas é uma questão de tempo para que elas ocorram. Cunha já anunciou que o PMDB está decidido a apoiar alguns desses pedidos – como os em análise hoje.



Brasil 247

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