Até a mídia, antes com o pé em duas canoas desde que estas
representassem candidaturas presidenciais contrárias a reeleição da
presidenta Dilma Rousseff (PT) – as do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e
do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) – não se mostra mais
tão entusiasta da candidatura do postulante socialista.
Não lhe concede mais os espaços tão generosos antes concedidos e
mostra-se impaciente porque ele emperrou e enfrenta enormes dificuldades
para chegar e/ou ultrapassar os dois dígitos nas pesquisas de opinião
pública. Pior, a mídia e os parceiros de Eduardo Campos na Rede
Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva.
A constatação é que cresce o desânimo interno entre o pessoal da
Rede, pelo fato de o governador-presidenciável não conseguir superar os
obstáculos – criados quase à média de um por semana pela ex-senadora;
não decolar nas pesquisas; nem ter conseguido, até agora, que os votos
de Marina Silva migrem para sua candidatura. A pergunta que se faz é: se
não migraram até hoje, ainda vão migrar?
Uma aliança incoerente, na visão de dirigente do PSB
Dai a demora da dupla Eduardo-Marina em fixar uma data para o
lançamento da chapa presidencial, embora o governador pernambucano,
pelos prazos de desincompatibilização, tenha de deixar o Palácio das
Princesas – o governo de Pernambuco – daqui a pouco mais de um mês.
Enquanto não vem nem a definição de Marina, se aceita ou não ser a
vice de Eduardo, ela vai montando cunhas na parceria nos Estados,
desmontando alianças que o PSB firmou de longa data. Estabelece vetos e
lança candidatos a governador de sua preferência e do seu pessoal. Como
no caso de São Paulo, onde o PSB é aliado dos tucanos há vários
governos e programava continuar para apoiar a tentativa de reeleição do
governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Se há desânimo na Rede com a estagnação de Eduardo Campos nas
pesquisas, não é diferente, nem de unidade o cenário no PSB. Ainda esta
semana, o 1º vice-presidente nacional do partido, ex-ministro Roberto
Amaral, questionava e se queixava em entrevista, do acordo tácito e de
não agressão mútua entre Aécio Neves e Eduardo Campos, que não perdem
oportunidade de se visitar e se elogiar mutuamente.
Amaral lembrava que se a eleição é em dois turnos e a presidenta
candidata a reeleição, Dilma Rousseff, já tem uma das vagas garantidas
para a 2ª etapa – se ela não vencer já no 1º turno, como indicam as
pesquisas – como é que Aécio e Eduardo Campos fazem um acordo desses, ao
invés de estarem disputando a outra vaga para um deles passar para o 2º
turno? Pergunta que Eduardo Campos – e Marina – é que tem de responder.
Blog do Zé Dirceu
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