Ex-presidente concede entrevista a blogueiros, no
Instituto Lula, em São Paulo; logo de saída, ele pede aos
entrevistadores que contribuam para "acabar com essa boataria toda" e
crava apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff: "ela é
disparadamente a melhor pessoal para ganhar as eleições", disse; "Eu já
cumpri minha tarefa, já me dou por realizado", acrescentou; sobre
Petrobras, citou interesses políticos de quem quer criar CPI no
Congresso - gente que "nunca quis criar CPI, para nada" - e diz que "não
adianta comparar" valor da empresa hoje e na gestão FHC; "Falta o
Brasil ir para a ofensiva"; siga ao vivo
247 - Três anos depois de ter saído da
presidência, Lula concede na manhã desta terça-feira 8 entrevista a
blogueiros brasileiros, na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Em
novembro de 2010, Lula foi o primeiro presidente a conceder coletiva a
blogueiros. Logo de saída, o ex-presidente pede aos entrevistadores que
contribuam para "acabar com essa boataria toda" e crava apoio à
reeleição da presidente Dilma Rousseff: "ela é disparadamente a melhor
pessoal para ganhar as eleições", disse. "Eu já cumpri minha tarefa, já
me dou por realizado", acrescentou.
Sobre a Petrobras, o petista mencionou interesses políticos de quem
quer criar a CPI no Congresso - gente que "nunca quis criar CPI, para
nada" - e afirma que "não adianta comparar" o valor que a empresa tem
hoje e durante o governo FHC. "Se ela vale R$ 98 bilhões hoje, ela valia
R$ 15 bilhões durante o governo FHC", lembrou Lula. "O que as pessoas
não aceitam? Que a gente fez o regime de partilha", acrescentou, sobre o
modelo de extração de petróleo adotada para o pré-sal. "E muitos desses
queriam privatizar a Petrobras há pouco tempo", atacou ainda o
ex-presidente.
Lula reclamou mais ações do PT e de setores do governo em defesa da
atual gestão. "Tem de levantar a cabeça e enfrentar para valer o debate
político", conclamou. "Por exemplo, cadê o blog da Petrobras, que foi
tão importante em 2009?", perguntou Lula, referindo-se ao período em que
a estatal reproduzia em sua página na internet pedidos de entrevistas
de jornalistas. Era a forma, na ocasião, de furar bolhas de especulação
feitas por meio da mídia. O ex-presidente comentou sobre a recente queda
nas ações da Petrobras: "Bolsa é assim mesmo. Mas ela não pode ser
medida só pela bolsa, gente. Ela tem que ser reconhecida por seu
conhecimento tecnológico".
O antecessor de Dilma falou sobre crescimento. "O País não está
crescendo ao ritmo de 5% ao ano, mas faz onze anos que esse governo gera
empregos e aumenta a massa salarial. Em que lugar do mundo isso está
acontecendo?", questionou. Ele recordou seu tempo de sindicalista,
"quando a inflação era de 80% ao mês, não era ao ano não", frisou. "Mas
agora vejo o mesmo ministro daquele tempo (Maílson da Nóbrega)
reclamando que a inflação está indo para o topo da meta. Ora, eu
gostaria que a inflação ficasse em 2%, mas prefiro que se crie empregos
do que, como pediram alguns, haja desemprego para combater a inflação".
Lula foi além. "Hoje dizem que falta mão de obra qualificada",
registrou. "Que ótimo, porque vinte anos atrás engenheiro tinha de
trabalhar fora do país, não tinha o que fazer aqui dentro. Agora,
precisamos formar engenheiros". Ainda falando sobre a economia
brasileira, o petista disse que "a imprensa não sabe o que está
acontecendo no País". Ele ressaltou que a economia está aquém do que ele
gostaria, e do que Dilma gostaria, e questionou: "mas quem está na
frente do Brasil? O que nós fizemos em 11 anos, algumas revoluções não
fizeram em 20", declarou.
Questionado sobre os problemas na área da saúde, Lula foi firme ao
dizer que "não existe possibilidade de dar saúde de qualidade sem
recursos". A declaração foi feita depois de uma crítica sobre o fim da
CPMF. "A saúde custa caro, o médico custa caro, precisa de equipamentos e
laboratórios para que todos tenham acesso. E o SUS é motivo de orgulho
para o País", disse o petista. Ele criticou ainda que só são divulgadas
"coisas ruins" da saúde. "Só vão atrás de quem está morrendo, ninguém
tira foto de quem sai com vida. Mas tem muita coisa boa na saúde
também", disse.
Ao responder uma pergunta feita pelo Twitter sobre as eleições no Rio
de Janeiro, Lula afirmou, sobre a candidatura do senador Lindbergh
Farias (PT) no estado: "Eu acho que é para valer". O ex-presidente, que
ressaltou ter uma "profunda relação" com o candidato do PMDB, Luiz
Fernando Pezão, acrescentou que Lindbergh "não tem nada a perder, só tem
a ganhar". "Ele acha que é o momento dele, e eu acho que ele é um
candidato bom, pode tomar cuidado que ele vai crescer e pode até ganhar
as eleições", analisou.
Lula também comparou o acesso de crédito que o País tem hoje e tinha
em 2002, quando ele venceu pela primeira vez as eleições presidenciais.
"Em março de 2002, o Brasil só tinha R$ 380 bilhões disponibilizados
para crédito em todo o sistema financeiro. Hoje, esse mesmo Brasil tem
R$ 2,7 trilhões. Hoje, o pobre consegue chegar no banco e pegar dinheiro
sem ser visto como bandido. Esse Brasil nunca ficou tão orgulhoso de si
como nos últimos 11 anos", disse.
Brasil 247
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