4 de Dezembro de 2013 | 00:05 Autor: Fernando Brito
O Estadão publica
a notícia de que “o Ministério Público Estadual pediu nesta
terça-feira, dia 3, ao governo de São Paulo a suspensão de seis
contratos de reforma de trens das linhas 1 e 3 do Metrô. Assinados entre
2008 e 2010, eles somam, segundo o MPE, R$ 2,47 bilhões. O objetivo do
promotor Marcelo Milani, que investiga a possível improbidade
administrativa na execução dos contratos, é convencer o governo a abrir
sindicância para que seja feita a apuração de supostos prejuízos
causados pela atuação de cartel metroferroviário nos contratos. Ele
ainda alega que os valores das reformas dos trens teriam ficado
semelhante ao preço de trens novos. Além disso, problemas técnicos foram
constatados, de acordo com o MPE, nos trens reformados em vistoria
feita nos pátios do Metrô. Os problemas teriam obrigado que 36
composições permanecessem paralisadas naquelas duas linhas.”
“Entre 2008 e 2010″, traduzindo: “durante o Governo José Serra”…
A matéria também não cita com quais empresas estes contratos foram firmados.
A gente esclarece: Consórcio Modertrem (Alstom e Siemens), Consórcio
BTT (Bombardier, Tejofran e Temoinsa), Consórcio Reformas Metrô (Alstom e
IESA) e Consórcio MTTRENS (MPE, Trans Sistemas e Temoinsa).
Embora o contrato tenha sido licitado com quatro consórcios, ele foi
repartido em acertos contratuais sepatados com as dez empresas
integrantes deles, o que elevou em R$ 875 milhões (ou mais de 50%) o
valor original de R$ 1,7 bilhão.
Ou seja, cada um dos 98 trens passou de R$ 17,36 milhões para R$ 25
bilhões. Mesmo que parte das correções seja inflacionária, o resultado é
um trem de segunda mão até mais caro que um novo.
Porque é isso que se vê aqui nesta matéria do SBT publicada em maio do ano passado, quando a denúncia foi levada ao Ministério Público Estadual de São Paulo.
Que, um ano e meio depois, resolveu tomar uma atitude.
Nem trem atrasa tanto, não é?
PS. Assim que acabo de escrever, vem a notícia de que o Tribunal
de Justiça confirmou a decisão do juiz de primeira instância que mandou o
Governador Geraldo Alckmin refazer a ação que apresentou sobre o caso
do “trensalão”. Traduzindo do juridiquês, o juiz determinou que houvesse
menos pantomima no pedido de Alckmin
Tijolaço
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