15/01/2014 - 14h41
Camila Maciel
Enviada Especial da Agência Brasil
Enviada Especial da Agência Brasil
Itaóca (SP) - O número de pessoas desaparecidas depois da enxurrada que atingiu o município de Itaóca (SP), no Alto Vale do Ribeira, no domingo (12), foi atualizado para 15 na manhã de hoje (15) pela Defesa Civil estadual. Até ontem (14), as buscas eram por oito pessoas.
De acordo com o coordenador do órgão, coronel Aurélio Alves Pinto, o
número aumentou porque as famílias dos desaparecidos estavam com
dificuldade de acesso ao centro da cidade e ainda não haviam repassado
as informações às autoridades. O número de mortos permanece em 12.
As buscas contam com 50 bombeiros, quatro cães farejadores, além de
botes. O Rio Palmital transbordou no domingo e atingiu a cidade. A
enxurrada, após forte chuva nas serras ao redor da cidade, foi apontada
como causadora da tragédia.
Além da busca pelos desaparecidos, a força tarefa montada para
atendimento aos moradores, trabalha na limpeza da área central do
município. Na manhã de hoje, boa parte da lama que tomou conta das ruas
havia sido retirada. A prefeitura estima que a remoção deva durar pelo
menos mais três dias.
Um dos trabalhos prioritários hoje é reinstalação da Ponte José
Valério, que liga parte central de Itaóca a oito bairros rurais. “Toda a
estrutura [da ponte] foi deslocada, mas está em um local próximo, por
isso pode ser recolocada”, informou o coronel Aurélio Alves Pinto. De
acordo com a Defesa Civil, quando a ponte for reinstalada, a energia
elétrica poderá ser restabelecida em 100% na cidade. Neste momento, 80%
do município conta com o serviço.
O pai de Adão Dias de Lima, de 75 anos, foi uma das pessoas afetadas
pela queda da Ponte José Valério. “Meu pai precisa fazer hemodiálise
três vezes por semana. Ele precisava ter feito no domingo, mas não fez.
Foi fazer na segunda-feira, mas ele já estava com dificuldade de andar”,
contou o filho.
Segundo ele, a primeira parte do deslocamento teve de ser feito a
pé. Um trajeto de 40 minutos da casa onde mora até a ponte. “Colocamos
ele nas costas, [caminhamos] a pé, até que conseguimos”, relatou. No
trecho em que foi possível percorrer de carro, uma ambulância o levou
até o helicóptero.
A agricultora Regina Rosa Dantas, 36 anos, também precisou fazer o percurso a pé para chegar ao centro. “Agora eu consegui uma carona para chegar até aqui [ponte]. Mas quando não tem, fica complicado. Antes a gente tinha um ônibus coletivo”, apontou. Ela também relatou enfrentar dificuldades com a falta de energia elétrica.
A prefeitura de Itaóca solicitou à força-tarefa que um subcomando
fosse montado nas comunidades de Guarda Mão e Lajeado, as zonas mais
afetadas pela enxurrada. “Conversamos com os moradores e vimos que as
pessoas estão desnorteadas. Aqui no centro, que também foi uma área
muito atingida, há um centro de comando. A gente acha que ele tem de ser
levado também para as outras comunidades”, disse o prefeito Rafael
Camargo.
Ele reforçou que a cidade precisa de doações, principalmente itens de limpeza e de higiene pessoal.
Agência Brasil
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