Patrícia Kundrát é 46 anos mais nova que Fernando Henrique e conta com a admiração dos amigos e dos filhos do ex-presidente. E, mesmo após assinar o contrato de união estável, o casal mora em apartamentos separados
Mário Simas Filho
Dedicada, ciumenta, impositiva, vaidosa
na medida certa e muito, muito discreta. É dessa forma que boa parte dos
amigos do ex-presidente costuma se referir a Patrícia Kundrát, a nova
mulher de Fernando Henrique Cardoso. Ex-secretária-executiva do
Instituto FHC, Patrícia tem 36 anos, dedica-se a temas sociais como o
problema das drogas, mas faz questão de não emitir publicamente suas
posições políticas.
Essa postura, somada à forma como conduziu o namoro,
que teve início em 2011, e oficializou sua união com o ex-presidente de
82 anos na quarta-feira 29, explica por que os amigos insistem em
defini-la como discreta. Apenas dois advogados e um escrivão
compareceram ao apartamento de FHC para que fosse assinado o registro da
união estável. Os três filhos de Fernando Henrique foram consultados
antes e aprovaram o novo casamento do pai. Os amigos do casal, mesmo os
mais íntimos, só souberam que o namoro se transformara em união estável
depois que o documento já estava assinado.
Mas não se surpreenderam.
“Foi assim quando começaram a namorar. Eles não costumam dar sinais”,
disse à ISTOÉ, na quinta-feira 6, um ex-ministro e frequentador do
apartamento de FHC em São Paulo. Os que visitam a casa de campo de
Fernando Henrique em Ibiúna (SP) também não se mostraram surpresos com a
união. “Acho ótimo que eles tenham oficializado o relacionamento. Foi
muito bom para ele, que estava precisando de uma companhia”, disse Maria
Helena Gregori.
O “CARA” E A “AMORE”
É assim que FHC e Patrícia se tratam quando estão com os amigos mais íntimos
O contrato assinado diante do escrivão não mudou em nada o cotidiano
de um casal que nem de longe lembra as relações mais convencionais. E a
diferença de idade é apenas um detalhe dessa relação que os amigos
definem como “absolutamente moderna”. Fernando e Patrícia nem sequer
dividem o mesmo apartamento. É verdade que ambos residem no mesmo bairro
de Higienópolis, se veem diariamente, jantam fora pelo menos uma vez
por semana e sempre que possível viajam juntos, seja para o Rio de
Janeiro, onde o ex-presidente adquiriu um apartamento recentemente, seja
para a Europa. É a gestão dessa vida comum em apartamentos separados
que os amigos mais próximos do casal usam para atribuir a Patrícia
predicados de dedicada, mas também de impositiva.
“Ela sempre foi muito
dedicada a ele.
No começo, no Instituto, a dedicação era profissional. Com o namoro,
passou a ser mais pessoal. É ela quem agenda os médicos, marca os
exames, controla de perto a alimentação de FHC e exige que ele faça
musculação três vezes por semana”, conta uma ex-deputada tucana muito
próxima do ex-presidente. A Patrícia impositiva surge na hora das
compras. Desde que o namoro dos dois se tornou público depois que foram
vistos passeando de mãos dadas em um shopping de Miami, nos EUA, é
Patrícia quem faz todas as compras para o apartamento de FHC.
“Ela faz o
supermercado, a feira e a lista das compras. Controla tudo com muito
rigor e tem o costume de repreendê-lo, mesmo diante dos amigos, quando
considera que ele esteja abusando de alguma alimentação ou bebida”,
disse um ex-parlamentar que, quando está em São Paulo, costuma jogar
pôquer com o ex-presidente.
Patrícia é quem agenda os médicos, marca os exames e exige que
Fernando Henrique faça musculação pelo menos três vezes por semana
Fernando Henrique faça musculação pelo menos três vezes por semana
Como diz o governador paulista, Geraldo Alckmin, apesar dos 82 anos,
FHC é de longe o tucano mais moderno do País. E, exatamente por isso, os
velhos companheiros dizem não estranhar quando o encontram ao lado de
uma mulher que por vez tinge mechas coloridas nos cabelos, carrega uma
tatuagem na nuca e não faz cerimônia se precisar se sentar no chão
durante uma conversa. O jeitão despojado, no entanto, não esconde o que
uma antiga funcionária do Instituto FHC chama de “vaidade na medida
certa”. Essa amiga, que tem muito mais intimidade com Patrícia do que
com Fernando, lembra que, um mês antes de o ex-presidente tomar posse na
Academia Brasileira de Letras, ela passou dez dias em um spa no
interior de São Paulo. “Queria perder uns quilinhos antes da cerimônia”,
recorda-se a amiga, que também diz já ter ouvido várias vezes
reclamações sobre o assédio em torno do ex-presidente.
Diante dos mais íntimos, ela o chama de “o cara”. E ele a chama de
“amore”. Divergência que os amigos observaram entre o casal, segundo um
frequentador da casa de campo, está apenas no fato de Patrícia não ter
conseguido se livrar do vício do cigarro.
Isto É
Nenhum comentário:
Postar um comentário