Hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina, foi um dos
projetos do programa de privatização no governo do presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB); documento de auditoria interna da multinacional
francesa diz que cerca de R$ 6 milhões em valores atuais foram pagos
como suborno em 1999; alvos seriam a Eletrobras e a Eletrosul; em SP,
companhia pagou propina por contrato com a EPTE, que também beneficiou
pasta na época comandada por Andrea Matarazzo; hoje vereador, ele
arrecadou milhões para a própria reeleição de FHC
247 – Um dos
pivôs dos escândalos de suborno de governos tucanos em São Paulo, a
Alstom reconheceu também ter pago uma comissão, em janeiro de 1999, para
vender equipamentos para a hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina. O
valor correspondia a R$ 1,6 milhão (em valores de hoje, R$ 6 milhões). A
revelação consta em documentos de uma auditoria interna, publicados
pela Folha de S. Paulo.
A hidrelétrica de Itá foi um dos projetos do programa de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em 1995, a Eletrobras assinou a
concessão para o consórcio AAI (Associação de Autoprodutores
Independente), formado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), OPP
Petroquímica e OPP Polietilenos (empresas do grupo Odebrechet) e a
Companhia de Cimento Itambé.
Segundo fontes ouvidas pela Folha, a
Eletrobras e a Eletrosul eram as empresas que tinham relações com a
Alstom porque a multinacional é uma tradicional fornecedora do setor
elétrico.
Em São Paulo, segundo depoimento à
Justiça do ex-diretor comercial da multinacional, o engenheiro francês
André Botto, a direção da Alstom na França autorizou o pagamento de propina de 15% sobre um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões à época) para fechar um negócio com uma estatal paulista em 1998.
O esquema resultou no contrato com a
EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e a Eletropaulo para a
venda de equipamentos para três subestações de energia.
O documento também menciona propina à
Secretaria de Energia e às diretorias administrativa, financeira e
técnica da EPTE. Na época, a pasta era comandada por Andrea Matarazzo -
hoje vereador em São Paulo pelo PSDB, que arrecadou US$ 3 milhões para a
própria reeleição de FHC (relembre aqui).
Propina para o presidente e todos os diretores
Reportagem desta segunda-feira do jornal Estado de S. Paulo também informa que, em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor
administrativo da EPTE Gerson Kozma afirmou que ouviu nos corredores da
extinta estatal que a multinacional francesa Alstom pagava propina para
o presidente da EPTE, o diretor técnico, o diretor financeiro, bem como
para funcionários da área técnica.
Segundo a Procuradoria, a Alstom
ofereceu propina de R$ 23,3 milhões a funcionários públicos do Estado
entre 1998 e 2003, nas gestões Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do
PSDB (leia mais aqui).
Brasil 247
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